terça-feira, 31 de agosto de 2010

30 anos de Post-it


Nem parece, mas fazem 30 anos que esses pequenos papeizinhos, que facilitam e irritam trabalhadores e estudantes em todo o mundo, chegaram ao mercado.
Um ideia simples que mudaria definitivamente a composição das nossas mesas de trabalho.
Post-it, um produto que leva um nome imperativo, é uma ordem à comunicação. Talvez por isso tenha se tornado um símbolo do mundo do trabalho nas últimas décadas. Duvido que na era da informação rápida você não tenha pelo menos um desses bloquinhos à mão em casa ou no escritório.

O mais incrível é que tudo começou a partir de uma ideia descartada. Sim! O Post-it, ou pelo menos a cola suave que é base de todo o projeto, pois permite que o produto seja fixado, retirado facilmente sem agredir a superfície e re-fixado, foi inventada 12 anos antes (1968) do lançamento e considerada inútil.

Somente em 1977 quando um colega do químico responsável pela invenção passou a aplicar o adesivo em pequenas tiras de papel que usava para marcar seu livro do coral da igreja é que a 3M, empresa para quem ele trabalhava, passou a considerar a ideia interessante.

Pesquisas foram feitas e resumindo a história, o Post-it foi lançado no mercado em Junho de 1980.

Uma história de fracasso transformada em sucesso: mais um exemplo que tudo depende do ponto de vista.

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Realização por onde?


Se você já leu algo sobre sociologia do trabalho com certeza já passou por essa divisão tipológica.

Existem pelo menos dois tipos de trabalho: o trabalho que é uma realização em si e o trabalho que é um meio para a realização.

Nos meus primeiros 25, 26 anos, persegui claramente o primeiro tipo. Rejeitei toda e qualquer forma de atividade que não me realizasse ela própria. Agora, no alto dos meus 28 algo definitivamente mudou.

Tudo que quero hoje é um trabalho que me dê meios para me realizar fora dele, ou seja: que sustente minha família, que não me estresse para que eu possa assim manter minha qualidade de vida nas horas de folga, que me permita equilibrar minhas horas de lazer, que me permita estudar ou ler o que eu quiser, que não invada minha vida pessoal e não me acorde as 4:30h da manhã e me faça dormir à meia noite, que não me traga ambição de status para que eu não cegue meus olhos outra vez.

Troco todo o reconhecimento na carreira, todo aquele salário de fortuna e a necessidade de continuar na minha área de formação pelo que descrevi acima. Troco de olhos fechados!

Não sei se a mudança vem da época que vivo (meus 30 chegando perto), da estagnação do que poderia vir a alcançar no meu campo de atuação, ou da necessidade de família que agora é imperativa. Seja como for essa ideia de mudança que povoava minha mente nos últimos dois anos hoje é tão concreta quanto as teclas sob as quais escrevo este texto.

Lembro de uma palestra do café filosófico sobre a profissão em tempos de mudança, vou ver se posto aqui depois, em que se falava sobre "prazo de validade" para carreiras e cursos que os indivíduos perseguem ou fazem (Penso que, para completar, minha carreira atual está bem próxima do vencimento - esse mês completa 10 anos que trabalho na mesma área em diferente segmentos e empresas).
O filósofo ainda colocava a necessidade de uma ética durante a mudança de profissão, área ou filosofia de trabalho. Para ele, não deveríamos encarar a mudança como a afirmação de fracasso do que foi antes, mas sim como um fechamento de um ciclo que nos trouxe realização e aprendizado. Pois, quem inicia uma nova etapa não o faz necessariamente porque não conseguiu vencer na última, mas porque mudou de opinião, visão e objetivo.

Isto posto, penso que o que resta a nós que queremos mudar é pedir força e serenidade suficiente para acolher e viver sob esse conceito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Livro do Desassossego



Ainda, pela frescura aberta da minha janela única, se ouviam cair dos telhados os pingos grossos da acumulação da chuva ida. Ainda, vagos, havia frescores de haver chovido. O céu, porém, era de um azul conquistador, e as nuvens que restavam da chuva derrotada ou cansada, cediam, retirando para sobre os lados do Castelo, os caminhos legítimos do céu todo.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A tesoura do desejo

Cortar o cabelo é praticamente um ato ritualístico, não é mesmo?

Cortamos o cabelo quando passamos no vestibular, quando nos preparamos para uma cerimonia ou encontro importante, quando decidimos mudar de vida, atitude, emprego, profissão, estado civil ou namorado.
Cortamos na Lua Cheia, na Lua Crescente, cortamos com tesoura ou com navalhas, de corpo para baixo, de pé ou sentada. Simplesmente, ou nesse caso o melhor seria dizer: com toda a complexidade do ato: Cortamos!

Lembro que quando pequena eu chorava para não cortar o cabelo. Depois, chorava para que minha mãe deixasse eu crescer a franja e tornar meu visual menininha em um fio reto das meninas capas da Capricho, como Luana Piovani.
Já não choro pelo meu cabelo há muito tempo (ainda bem). Infelizmente, devo essa façanha à uma política concervadora em relação o tamanho e tipo do corte.
As minha três últimas mudanças significativas (talvez as únicas que tenha feito) foram:

1- Chanel aos 17 (minha cabeça parecia um cogumelo, fase terrível)
2- Pontas vermelhas dos 18 aos 19 (promessa do vestibular que terminou no dia que consegui meu segundo estágio)
3- Volta da franja aos 21/22

De lá pra cá pouco mudou. Desfio mais, desfio menos, mas nada de muito diferente.

Sou uma menina avessa a salão, corto uma ou duas vezes por ano e vou eu mesma fazendo minha franja. Não penteio o cabelo, a não ser pelo fato de passar os dedos depois de lavar.

Morro de vontade de ter um chanel mas... Já que definitivamente não sou daquelas que vive na chapinha e escova, e Cogumelo outra vez me faz repensar muitas vezes.

Bom, todo esse prologo é para dizer que: hoje cortei o cabelo.

Quem me conhece provavelmente nem vai notar a diferença nos fios, mas certamente provoca uma grande diferença no humor. Eu, pessoalmente, já tinha esquecido desse efeito mágico de sentir-se melhor, mais bonita e mais leve simplesmente por ter aparado as pontas.
Um brinde a essa nova fase!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Menino Maluquinho

Fala sério quase deixei passar essa!



Esse sábado, dia 21, o Menino Maluquinho completou 30 anos. São trinta anos desde a publicação daquele livrinho que vários de nós lemos ainda crianças.

Do livro, para as tiras, das tiras para a TV e o cinema. É certo que muito foi feito com esse querido personagem. Lembro até da Menina Maluquinha chamada Julieta... Mas, sem dúvidas, posso dizer que a adaptação que mais gosto foi a feita em formato de seriado para a TVE em 2005.

Os episódios são muito bem escritos e retratam com fidedignidade o cotidiano de nossa infância (tá, pelo menos a minha). As invenções, a relação com os adultos, com a escola, amigos, brinquedos e sobretudo com a própria imaginação. Tudo rememorado por um rapaz de seus 20 e tantos anos que é o próprio menino maluquinho já adulto.

Se você nunca viu a serie pode aproveitar a oportunidade para vê-la na TV Brasil (ex TVE) de segunda à domingo às 10:30h com reprise de segunda a sexta às 14:30h. Fica a dica!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Devaneios sobre a arte de Crescer

VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.


Carlos Drummond de Andrade

domingo, 22 de agosto de 2010

Help yoursef

Não tenho como não registrar a trilha sonora dessas últimas duas semanas:

Help Yoursef
Sad Brad smith

I know you'll help us
When you're...
Feeling better and we realise
That it might not be for a long, long time...

But we're willing to wait on you
We believe in everything that you can do
If you could only lay down your mind

I want you to try to help yourself

Take the time to take apart
Each brick that sits outside your heart
And look around you
There's people everywhere
No they don't always show
They're just as scared
And we'd be more prepared
If we pulled on through...

I want you to try to help yourself

Oceans of water underneath our feet
Terrible design
Dusty rooms you cannot sweep
Clouding up your mind

I know you'll help us when you're...
Feeling betterAnd we realise that it might not be
For a long, long time...
But we, we lend the weight on you
We believe in everything that you can do
If you could only lay down your mind
I want you to try to help yourself...



Obrigada 2


Parece mesmo que esse é o fim de semana dos agradecimentos!

Hoje, queria agradecer a todas as endoblogueiras!!!!

Nesse domingo, fiz um tour pelo blogs de meninas com a minha condição e gostaria de agradecer a todas pelas publicações. Muito obrigada por me lembrarem que eu não sou especial!

Para quem quer conferir mais sobre essas guerreiras seguem seus endereços:

Juliana: http://cotidiano-urbano.blogspot.com/

Caroline: http://aendometrioseeeu.blogspot.com/

Su: http://a--minha--endometriose.blogspot.com/

sábado, 21 de agosto de 2010

Obrigada!


Preciso muito agradecer todo apoio que tenho recebido. Tanto pelo blog, e-mail, telefone e pessoalmente, todas as palavras e gestos tem sido muito importantes! : )

Infelizmente, ainda não consigo ficar sentada tempo suficiente para responder todo mundo então vai aí um "obrigado geral!".

Muito obrigada por todo seu apoio! Assim que estiver melhor conversamos, ok?
Ps: Relendo o post Recuperação vejo como estou realmente me melhorando dia a dia... Pelo menos o meu humor já está bemmmmmm melhor!!!! Bjs a todas,
Wendy

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Recuperação

Oi gente,

Esse é o primeiro post pós-cirúrgico.

Nestes últimos 4 dias muita coisa aconteceu.

Vou fazer um breve resumo para aqueles que ficaram na torcida e para mim mesma, que a posterior, com certeza vou querer ler isso aqui.

Bom... Vamos lá:

Fiz o jejum desde domingo e segunda as 7h estava pronta no hospital. Tomei um hipinótico antes da cirurgia e estava mesmo tranquila. Lá pelas 10:30h subi para o centro cirúrgico. Apaguei e acordei no CTI.

Fiquei por lá um tempo até estabilizar. Ao meu lado uma outra paciente estava na mesma situação: acordando... Logo ela foi encaminhada para baixo e outra foi trazida a minha companhia. Esta, estava angustiada, bradando que ia morrer e coisas do tipo (efeito da anestesia, penso eu). De toda forma, logo depois que a trouxeram apressaram minha descida.

Lá em baixo todo mundo estava na espera. Eu ainda não sabia mas a cirurgia tinha sido bem mais longa que o previsto. Passei a noite bem com noticia de que a operação tinha sido um sucesso. Mas meu médico não foi me ver.

Ele veio no dia seguinte e explicou o que tinha acontecido.

Para as meninas que em endometriose, "aderência" passa a ser uma palavra comum. Deixa eu tentar explicar. Quando a gente sangra por dentro por exemplo, por uma cirurgia qualquer que você já tenha feito, seu órgãos cicatrizam como a nossa pele cicatriza, ok? Só que como o espaço é pequeno eles vão cicatrizado e grudando em outros. Isso é aderência. Isso dificulta e muito o trabalho do cirurgião além de outras possíveis implicações que eu desconheço.

Eu tinha feito apenas a remoção do apêndice então teria pouca aderência e minha cirurgia seria simples. Mas... Quando abriram meu abdomem o quadro era outro. Eles encontaram vários endometriomas por todo o abdomem. Todos os meus órgãos estavam colados em um estágio extremamente avançado de endometriose que segundo meu médico se vê em pacientes com dez anos a mais que eu... Para minha tristeza eu sou um caso raro...

Limparam o que puderam, não conseguiram entrar no meu útero nem nas minha tropas pois tudo estava fechado... Perdi 60% de um ovário (esquerdo que estava com o tumor maior e aderido ao útero e ao intestino) e outro está praticamente intacto, mas o quadro geral preocupa...

Quando recebi essas notícias foi só o médico sair da sala e cai em um choro por mais de meia hora. Minha mãe que estava comigo no quarto deitou do meu lado para me amparar e eu me lembro de pensar como ela devia estar mais sentida que eu por tudo o que estava acontecendo... Tive alta 2h depois.

Chorei muito nos dois primeiros dias. Hoje estou bem.

A recuperação é tranquila e só é chata mesmo pela dor dos gases que ainda restam no abdomem. Minha barriga está imensa. E, minha cabeça volta e meia borbulha.

Os próximos passos estão definidos:

1- Injeções e uma menopausa drástica por 6 meses;
2- Infertilidade e regulador hormonal por 1 ano;
3- Continuar com o regulador ou engravidar e tirar todos os órgãos reprodutivos.

No meio do caminho pode ser que faça outras laparoscopias pois eles vão precisar ver o que não conseguiram dessa vez. E mexer talvez nas minhas trompas, pois só removeram alguns tumores externos.

Bom é isso ai.

Agora no quadro de saúde aos trinta não se assustem se virem algo sobre menopausa. Infelizmente vou ter que fazer esse "estágio obrigatório não remunerado", mas pelo menos quando for de vez já estarei escolada.

sábado, 14 de agosto de 2010

O gato subiu no telhado...


Você conhece aquela história do gato subiu no telhado? Se você conhece e é médico me explica por que vocês fazem isso rs!

A nóticia sempre vem por partes em conta gotas.

Comigo dessa vez foi assim, cada passo aconteceu em uma consulta diferente rs.

1-Um dos seus óvarios talvez seja um tumor, o outro parece só um cisto a cirurgia é simples.
2-Um com certeza é um endometrioma e talvez o outro seja também, vamos abrir os dois.
3-Vamos ter que checar as trompas também pois talvez elas também tenham.
4-A anestesia tem que ser geral, pois a cirurgia é feita inflando o abdómen, você fica com a aparência de uma gravidez de 12 meses ( isso mesmo, não escrevi errado, foi assim que o anestesista falou ) e como você não consegue respirar temos que entubar. Mas é coisa pouca.

Esse processo é que dá mais medo, sempre parece que eles ainda não contaram tudo. Fico com medo de acordar e descobrir o item 5 nessa lista.

Tinha um menininho de 9 anos no centro cirúrgico ontem na mesma posição que eu.

Ele devia ter seus 9 anos e ia operar fimose. Estava recebendo as noticias da mesma forma, a médica ia e vinha e cada vez contava mais:

1-Não vai doer nada é só uma picadinha para a gente colocar o soro e te levar para cirurgia;
2-Vou botar um remedinho no soro lhe dar uma bola de assoprar e ai você vai soprar e vai dormir, não vai sentir nada;
3-A gente vai cortar um pedacinho e quando você acordar vai estar meio tonto e vai arder um pouquinho no "piu piu"

A essa altura tenho certeza que pelos olhos arregalados o meninho estava se perguntando qual era o item 4...

Questões Práticas


Morando sozinha isso inevitavelmente vai acontecer com você.

Um dia você vai viajar para passar as férias em algum lugar por... sei lá... 15 dias, vai ser operada e vai ficar internada ou de molho na casa dos pais (meu caso), vai simplesmente se mudar ou ainda... quem sabe... dar uma festa no playgroud. Enfim, um dia, não importa o que aconteça, você vai precisar de uma dessas.

Essas caixas dobráveis são extremamente práticas pois são resistentes e ao mesmo tempo ocupam pouco espaço em casa. Então se você mora só e ainda não tem uma: Arrume! Se está montando enxoval ou vai fazer um chá de panelas, vai por mim peça pelo menos uma.

A minha vai carregar minha hortinha esse fim de semana, afinal, não dá pra deixar as pobres plantinhas sozinhas numa casa sem ninguém.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Livro do Desassossego

É nestas horas de um abismo na alma que o mais pequeno pormenor me oprime como uma carta de adeus.

Sinto-me constantemente numa véspera de despertar, sofro-me o invólucro de mim mesmo, num abafamento de conclusões. De bom grado gritaria se a minha voz chegasse a qualquer parte. Mas há um grande sono comigo, e desloca-se de umas sensações para outras como uma sucessão de nuvens, das que deixam de diversas cores de sol e verde a relva meio ensombrada dos campos prolongados.

Fernando Pessoa

Anestesia Geral


É isso aí minha gente...

A minha cirurgia tá marcada para o dia 16 de agosto.

Hoje a tarde já tenho uma consulta pré-anestésica. Sim, vais ser anestesia geral. Mas, a bem da verdade, parece que estou anestesiada desde que recebi o diagnóstico há quase duas semanas. Sinto como se minha vida estivesse suspensa até que eu acorde depois dessa operação.

Não sei se você entende o que quero dizer. Mas, em ocasiões como essa, quando não há o que NÓS possamos fazer (além de esperar e confiar, claro) parece que o resto do mundo simplesmente para. Não consigo me concentrar em nada direito.

O trabalho está anestesiado, meu namoro está anestesiado, minha família está anestesiada, minha casa e este blog inclusive. Tudo meio que esperando um desfecho na segunda feira quando serei operada.

Não quero parecer egocêntrica. Mas, nessas horas acho que ninguem consegue se dar 100% à coisa nenhuma. Sempre fica aquela pulga atrás da orelha, aquele sentimento compartido, aquela sensação de espera.

Já passei por uma cirurgia com anestesia geral uma vez. Tinha 12 anos e um apêndice supurado. Foi uma ultra emergência e eu lembro que minha "anestesia" ou, traduzindo, choque da notícia, não durou mais de 3h. Não tive nem tempo para pensar em sair correndo e pedir "Para!". Tive que engolir aquilo a seco, colocar o soro, ir para a sala de cirurgia e contar decrescente de 50 à 0. Não passei do 48 rs. Lembro que acordei grogue grogue no quarto e estava tudo bem, só uns cortezinhos, dieta, bastante repouso e graças a Deus e aos médicos um problema a menos!

A cirurgia de agora será o mesmo procedimento, a mesma anestesia e espero eu um desfecho tão ou mais feliz que o dá primeira vez.

A diferença é que estou dormindo há tanto tempo que, apesar do medo, não vejo a hora de mudar o quadro e acordar dessa anestesia.

Abraços sonâmbulos da Wendy... ou seria da Bela Adormecida?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nova cara do Trin.. Trinta! - tudo Azul


Com o humor que estava esses dias entrar aqui no blog e ver aquele fundo todo preto não foi nada bom...

Peço licença às leitoras e colaboradoras para deixar ele todo azul, até que eu esteja me sentido toda azul por dentro!

Agora, mais feliz, posso ir tomar meu café em paz!

Beijinhos!

Endometrioma Ovariano


Semana passada a esta mesma hora se confirmou, fui diagnosticada com dois endometriomas um em cada ovário... São tumores benignos graças a Deus, mas serei operada meio que as pressas na segunda que vem.

Tentando fazer um resumo leigo sobre o endometrioma ovariano:

"é um tumor cujo conteúdo é formado por um líquido semelhante a chocolate derretido. É decorrente de uma doença chamada endometriose, na qual o tecido que reveste a parte interna do útero (e que é eliminado a cada menstruação), encontra-se localizado fora dele, neste caso, no ovário. Como o tecido endometrial é estimulado a se desenvolver através do hormônio feminino (estrógeno), o crescimento desse tipo de cisto tende a ocorrer mês após mês."

Na primeira conversa o médico me alertou que deveria perder quase a totalidade de um dos ovários, ou todo, e talvez boa parte do outro... Bom, naquele momento eles não sabiam ao certo, e disseram que talvez desse para salvar mais coisa. Para completar, ontem na consulta pré-operatória o médico me disse que não tinha falado antes para não me assustar, mas também testaria as trompas durante a cirurgia, pois havia o risco de haverem tumores obstruindo elas também...

Fiquei devastada durante toda a semana... Não pela cirurgia em si. Confio que vai correr tudo bem e como são benignos não tenho com o que me preocupar. Mas, volta e meia estou em prantos com a possibilidade de não puder engravidar de um bebê meu.

A primeira vista foi como se estivesse abortando todos os filhos que um dia pudesse ter....

Agora, uma semana depois já estou mais fortalecida e acreditando que vai ser mais positivo. Já começo a pensar em adiantar os planos de casar e ter filhos. Graças a Deus estou com uma pessoa que entendeu perfeitamente a situação e está topando entrar comigo de cabeça se for esse o caso.

Não tenho nem como expressar como o apoio familiar é importante nesse caso. Colo é necessário sim! E não tem melhor colo do que o daquele que amamos, pai, mãe, namorado/marido...

A informação também ajudou a me tranquilizar. Ouvi o médico, li algumas teses e artigos científicos das sociedades de ginecologia Inglesa, Americana e Brasileira. Achei inclusive uma dissertação portuguesa de piscólogas tratando o assunto pelo lado humano e social com uma abordagem baseada na história de vida de 4 pacientes. Vi fórums de pacientes com o mesmo problema e é claro mantive distância de tudo que não fosse devidamente assinado por médicos, faculdades ou associações. Não resisti e assisti um vídeo da cirurgia inclusive...

O médico me explicou toda ela ontem. A cirurgia vai ser simples, eles abrem quebram a membrana do tumor, aspiram todo o sangue de dentro, quebram a parte que está aderida ao ovário e aspiram ela também (é nessa parte que perdemos a maior parte do órgão, meu médico já avisou que em um deles vai sobrar na melhor das hipóteses apenas 20%). Depois eles vão colocar contraste nas tropas para ver como elas estão. Ele não disse, mas acho que eles encontrarem alguma coisa nelas perco elas também.

Após cirurgia eles vão entrar com um tratamento com um análogo do Gnrh. Vão cortar todo o meu estrogênio e provocar um menopausa por cerca de 4 a 6 meses. Ele disse para eu me preparar para os calores, dor de cabeça, sensibilidade excessiva e etc... A partir daí talvez venha uma nova laparoscopia, injeções de hormônio para suspender a menstruação ou quem sabe uma gravidez. O fato é que temos que suspender a menstruação para evitar o aparecimento de novos tumores.

Caso perca as trompas não tem outro jeito, a gravidez terá de ser a FIV (fertilização in vitro). Caso contrario talvez dê para esperar algumas tentativas com o que restar dos ovários.

Sei que não devia estar tão mal pois não é nada que hoje e dia tenha chance de me levar a óbito, mas é uma doença cronica que me levará a batalhas longas a partir de agora.

Caso você estiver pesquisado na net logo após de receber o diagnóstico e quiser conversar sinta-se a vontade para me mandar uma mensagem. Sei bem o que é estar nesse lugar em que o chão parece faltar e o mundo já não está mais ao alcance de nossa mão. A cabeça da gente dá um nó. Afeta nossa feminilidade, nossa relação familiar e amorosa, nosso trabalho... Como diziam as autoras portuguesas daquela dissertação que falei mais em cima: Não é uma doença letal, mas "ela atravessa e mina a vida da mulher em todos os seus setores".

Para você que está enrolando para marcar o preventivo: Vá ver seu médico!

Eu não atrasei nem 2 meses e olha só o que descobri. Diferente da maioria das mulheres eu não estava sentido absolutamente nenhuma dor. Imagine se tivesse deixado passar 6, 8 meses ou quase 1 ano como algumas amigas fazem, alegando apenas falta de tempo...


PS: Pilates, Tribal e Dança do Ventre suspensos por tempo indeterminado!

Miopia

Semana passada resolvi organizar a "semana saúde". Ainda em julho, marquei ginecologista, dentista, oftomologista todos juntos nessa semana. Programei a volta ao pilates na primeira quarta feira de agosto. Montei um novo cardápio para o mês, cheio de opções naturais e mais saudáveis e ia começar as compras já na terça. A semana começou cedinho com o teste físico no pilates e a ida ao oftalmo.

Sempre desconfiei que enxergava menos que as outras pessoas. Na época do vestibular, lá pelos 16, cheguei a usar óculos para leitura e depois os médicos suspenderam.

Na faculdade, nunca conseguia ler o que minhas colegas com alguma dificuldade, certo, conseguiam ver no quadro. Voltei a frequentar os consultórios e 3 médicos me disseram que não tinha nada.
Mês passado, cerca de 10 anos depois, fui renovar minha habilitação e a médica recomendou que eu visitasse um oftalmo. Então, na segunda passada lá estava eu.

Devo dizer que tomei um susto com a tecnologia atual. No meu tempo (rs) não era assim não. Tomei um susto com o aparelho que mede a pressão ocular, derrubei chá na enfermeira... Enfim, aquela confusão.

Ao terminar a consulta estava dito: adquiri 0.50 e 0.75 de miopia.

Voltei pra casa pensando no que aquilo significava.

"Miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes de esta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objectos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados (desfocados)."

Óbvio que eu estava vendo menos. Mas acho que ver menos o que está distante se dá também de uma forma lirica nesta fase da vida.

Antes conseguia ver-me nitidamente, bem lá na frente, em um futuro distante. Conseguia traçar objetivos a longuissímo prazo. Mas, hoje, parece que tenho enxergado somente o que está próximo. O futuro está cada vez mais embaçado...

Enquanto caminhava pra casa com minhas pupilas dilatadas não pensei duas vezes. Entrei em um shopping e fui fazer os óculos.

Agora faltam-me apenas os óculos da alma.

Cartas de Aniversário

Essa é a primeira de muitas cartas de aniversário as amigas que estão fazendo 30. Está é especial nào só por ser a primeira mas por ser para uma amiga querida: Milena.

Infelizmente, não estou conseguindo me inspirar muito esses dias. Mas trago para ocasião bem mais do que jamais poderei escrever.

Moça:

Feliz aniversário! Um abraço daqueles! E, especialmente pra você, algumas palavras encontradas entre os textos do Poetinha...


Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.


Vinicius de Moraes
(Rio, 1942)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tristeza...

Oi gente,

Tinha 3 posts para fazer antes desse: um deles era uma linda carta de aniversário para uma grande amiga que neste dia 1o. de Agosto completou 30 anos, o segundo sobre a descoberta da minha miopia essa semana, tanto real quanto poética e o outro sobre minha volta ao pilates.

Não cheguei a voltar ao pilates pois algo muito pior que miopia foi descoberto em mim essa semana...

Não estou em condições de escrever, mas achei importante deixar aqui o registro da minha profunda tristeza desencadeada ontem dia 03 de agosto de 2010.

Assim que estiver melhor passo aqui e escrevo os 4 posts, os 3 que tinha programado e o último sobre o fato que apenas começou no dia de ontem. Acho que deixar um resgistro pode no fim das contas ajudar alguém que venha a passar por algo semelhante, e caso não alcance tanto, pelo menos vai me ajudar a organizar o turbilhão de pensamentos que se acendem e apagam na minha cabeça agora...

Caso possam, torçam ou rezem por mim.

Esse post vai mesmo ficar sem foto.